quinta-feira, 22 de março de 2012

Pareceu mesmo a sério...

Hoje à noite houve mais um jogo amigável para a Taça da Cerveja. Deu para ver que não foi a sério porque o treinador do Gil Vicente disse, na véspera, que era apenas o jogo mais importante na história do clube, e porque o Braga jogou com os suplentes todos… no banco. Mas não era a sério. E quando for a final também não vai ser a sério, não senhor. A azia dos jogadores e adeptos do Braga pareceram mesmo a sério, mas enfim…



Tenho poucas dúvidas que esta Taça da Liga se tornará, a médio prazo, e se sobreviver ao facto de os suplentes do Porto não a conseguirem ganhar – o que joga muito contra ela porque vai contra a contabilidade de merceeiro que a propaganda tem vindo a tentar instituir –, na segunda prova mais importante do calendário.

Em primeiro lugar tem vindo a ser dominada pelo Benfica, com vitórias sucessivas sobre os seus dois rivais, o que lhe vai assegurando a atenção de metade dos adeptos em Portugal.

Em segundo lugar, o facto de se estar a tornar numa taça benfiquista vai torná-la fonte de cobiça mais forte para Sporting e para os suplentes do Porto, uma vez que tudo o que o Benfica tem os outros querem, sobretudo os suplentes do Porto.

Em terceiro lugar, dá dinheiro.

Em quarto lugar, pelo tipo de filosofia que os clubes maiores têm até chegar às meias-finais – a partir das quais a levam, mesmo, a sério –, porque abre quase sempre espaço a pelo menos uma equipa pequena nas meias-finais, e quando não abre assegura dois grandes jogos nessa fase. Eu sou completamente a favor do esquema que está instituído, que favorece, na teoria, o apuramento dos três grandes. Na prática, com a política de usar as segundas equipas por parte do Benfica, Sporting e dos suplentes do Porto, o que dá é um equilíbrio entre o interesse de ter pelo menos dois deles nas meias-finais e um elemento da plebe metido ao barulho, geralmente com bons comportamentos precisamente pelo factor-motivação.



Talvez fizesse mais sentido, no entanto, e de acordo com esta filosofia (que não vai mudar) fazer a Taça da Liga no princípio da época, como acho que já foi feito (ou como se faz noutros países). Eliminar do calendário a Supertaça Cândido de Oliveira, por exemplo, e substituí-la pela fase de grupos da Taça da Liga, ao longo de uma semana (são três jogos, afinal), faria sentido, deixando as meias-finais e final, por exemplo, para a semana antes do Natal, ou mesmo no Natal. Futebol competitivo para todas as equipas das duas Ligas, no Verão, com toda a gente a querer ver futebol e todos os treinadores a quererem dar minutos aos jogadores, isso sim, faria sentido.



Outra hipótese seria tornar a Supertaça uma final four entre os dois primeiros classificados da Liga e os vencedores da taça de Portugal e da Taça da Liga do ano anterior. O que faz pouco sentido é ter um fim-de-semana, no Verão – quando os emigrantes estão cá e há grande fome de bola – reservado para dois clubes. Uma competição deste tipo tornaria a Supertaça, pelo menos, minimamente equiparável, em termos de importância e legitimidade do título, a qualquer uma das outras competições internas.



Para acabar, o Quim voltou a dar um frango e a confirmar que, sendo um bom guarda-redes para o nível do Braga, é apenas sofrível ao nível de um Benfica. No Braga, depois de amanhã já ninguém se lembra. No Benfica, este tipo de Robertada daria para repetições durante semanas a fio.

Da mesma forma, o Lima, a precisar de seis ou sete oportunidades para fazer um golo, é um jogador razoável, mas só pode jogar no Braga. Não quer dizer que não seja melhor que o Kléber ou que não possa ser melhor que o Cardozo, mas para isso, teria de subir muito a sua eficácia. Um jogo como o que fez hoje, num Benfica ou no Porto, seria, imediatamente, motivo de desconfiança, e daí a uma espiral de sub-rendimento seria só mais um pulinho. É um jogador com algumas semelhanças com o Derlei, por exemplo, e num clube maior, como mais exigência, poderia subir o nível de concentração e tornar-se, de facto num grande jogador, mas a jogar como joga neste momento não pode aspirar a nenhum clube maior que o Braga. É o seu limite de Peter.

2 comentários:

  1. Gostei de ver o Gil ganhar. Foi bem bonita a festa do Gil. Ao contrário dos que desprezam a Taça da Cerveja porque nunca a ganharam, a qualificação foi "o jogo mais importante da história do Gil Vicente". É sempre bonito ver quem aprecia as uvvas e não se desculpa com estarem verdes.

    O Quim é bom rapaz, mas dá estas frangalhadas mais vezes do que o que se pode admitir. Confesso que não senti grande pena. É sempre bom ver perder quem se porta como se portam os energúmeros de Braga.

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  2. "O quím é bom rapaz"... - o quím que me lamba os colhoes. É um palhaço. Ou já nao se lembram de quando ele mandou calar os sócios... O Cardozo também? Sim, também o fez. Mas esse pede-me desculpas todas as semanas quando faz golos enquanto que o outro mamava golos como pontapés de bicicleta de fora de área ...

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