quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Capeldevilladas


Um contra-ataque rápido, em meia-dúzia de passes, daqueles para chegar à baliza e decidir, porque hoje está muito complicado em termos de tempo:

1 – A verdadeira Cadeira de Sonho é a do seleccionador do Brasil. Quando o Bruno César e o Kléber têm lugar na selecção do Brasil, mesmo na B, é porque o critério não pode ser a qualidade. Talvez seja nos cinco ou seis melhores que jogam sempre, mas nos outros a coisa deve ser na base da comissão. E o Benfica e o Porto, pela quantidade de zebras que têm sacado, devem conhecer bem o sistema. E na selecção argentina a mesma coisa. Anda ali esquema do grosso. O que não tem graça nenhuma é o Luisão andar outra vez nestas andanças.

2 – A história dos 10 mil bilhetes é o Sporting a fazer peito. É bem jogado. E não sei se também não era bem jogado o Benfica dar-lhes os 10 mil bilhetes – com garantias de reciprocidade, evidentemente (10 mil por 10 mil. É que 10 mil em 63 mil é uma coisa, em 43 mil é outra...) Politicamente, é um momento importante de aproximação. Vou falar disto melhor amanhã ou depois. Não devemos menosprezar a importância deste momento específico na realidade do futebol português da era-Pinto da Costa.

3 – Luís Duque tem o projecto de, através do futebol, se tornar presidente e, depois, presidente vitalício do Sporting, à Pinto da Costa. A forma tranquila como dividiu as águas em relação às eleições da FPF e como colocou a «estrutura do futebol», num instante, do lado do candidato que não é o que a «nomenclatura» apoia, comprova isso. Mas também comprova que, sem resultados desportivos, o Sporting continua a ser o ninho de cobras que sempre foi. Os slides de felicidade que se passam para o exterior são uma verdadeira campanha de marketing. A forma como Godinho é mostrado, nos meios de comunicação social, como um elemento estranho ao organismo do futebol, é reveladora. Apontem aí: ainda antes do fim desta época vamos assistir a uma clivagem interna entre futebol e Direcção no Sporting. O Duque quer ser rei. O Godinho é carne para canhão.

4 – Nas últimas seis semanas o Record já vendeu o Capdevilla pelo menos seis vezes. Chama-se a isto, literalmente, fazer render o peixe. Claro que o Capdevilla vai sair do Benfica em Janeiro. Neste momento, ninguém quer que ele fique: o jogador quer jogar, o Benfica quer poupar o salário (e não deve ser pouco) e o Jesus nem vale a pena falar – aliás, acho que o Jesus nem quer o Capdevilla nem quer o Emerson, mas em Janeiro falamos melhor.

5 – Antes de chegarmos aos 150 mil visitantes diários, e de depois virem dizer «Ó palhacinho, sabes muito, sabes muito, mas com o Capel nem a viste passar», eu admito: enganei-me com o Capel. Em meu favor, o Capel (e o Sporting) teve a sorte do seu lado: praticamente ao mesmo tempo o Jéffren lesionou-se e o Djaló foi vendido. O Capel, que o Domingos ia deixar no banco à espera da «adaptação», acabou por entrar porque não havia mais ninguém. Teve dois ou três jogos seguidos e engatou. As carreiras fazem-se e desfazem-se, também, assim.

Golo.

5 comentários:

  1. Mas o Cap será assim tão mau que até o Emerson o põe no banco?Claro que se percebe que o LFV quis fazer um bonito e contratou-o sem o aval do JJ e que ele pretendia(Eliseu?)outro tipo de jogador.Também acho que este é o momento de aproximação ao Sporting e que se tem que ter uma atitude positiva em relação aos lacostes.

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  2. Hugo,

    Essa dos bilhetes está bem vista. Valia a pena aceitar o desafio :).

    O que não se diria se o Rui Costa aparecesse na apresentação da lista do Marta. Eram capas diárias. Regista-se a previsão sobre a lagartada. Eu acho piada que nesta hora de aparente sucesso (e a procissão ainda vai tão no adro), já aparecem notáveis cheios de elogios, misturados com personagens como o presidente da AG a chamar funcionário a Duque. Nada como a lagartagem para estas cenas...

    O jornalismo desportivo já aqui foi descrito com notável precisão. O Record não faz mais do que afirmar o seu cofinismo - vender é o que importa e quando não há nada para noticiar, uma venda ou compra inventadas no Benfica são sempre garantia de visibilidade.

    Sobre o Capel - concordo mais com o primeiro post. Para jogador fora de série, 3,5 milhões parece barato. Veremos se o desempenho actual se mantém de forma regular, porque isso é que acaba por importar verdadeiramente.

    Abraço

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  3. João Gonçalves28/10/2011, 15:10:00

    A Selecção Brasileira é uma semi-anedota. Nem eu que sou benfiquista compreendo a convocatória do Bruno César. Tal como a do Kléber. A imprensa tem o estranho hábito de endeusar jogadores por marcarem uns tantos golos seguidos, como no caso do Bruno. Para mim, e apesar dos golos, ainda não estou convencido a 100% tanto com Bruno César como com Nolito. A única contratação deste ano que me convenceu a 100% foi a do Witsel. Esse não engana. Os outros ainda terão que fazer mais para que os considere grandes jogadores.
    Ao Sporting (ou aos lacostes como já vi aqui escrito num comentário) não dava 10.000 bilhetes. 6.000 já poderia ser considerado como boa vontade.
    Duque é truta das grandes, ou cherne como a esposa de Durão Barroso apelidou o marido. Duque não se perde...
    Capedevilla é mal empregado. Não duvido da sua qualidade. Porque Jesus não conta com ele só ele sabe.
    Capel é bom jogador. A exemplo de Maxi, o empenho que coloca no jogo entusiasma os adeptos lacostes (lol).
    Volto ao Bruno César. Não é como Capel ou Maxi. Ao fim de meia hora de jogo já parece estar a pedir descanso...

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  4. João Gonçalves28/10/2011, 15:17:00

    A propósito dos "150 mil visitantes diários"(era bom, não era?), que tal colocar aqui no blog um contador de visitas? É fácil e fica e não ficava mal ali na barra lateral direita...

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  5. Viva, gente!

    Em relação ao contador, vou consultar o memorando da troika e, se não houver incompatibilidade (e se eu descobrir como se faz, porque sou ligeiramente info-excluído) vou fazer acontecer. Vai ser estreado com a visualização 3.000. Ah, pois é...

    Depois do jogo do Porto vou tentar meter um post.

    Lacostes é das mais bem apanhadas de que me lembro nos últimos tempos.

    Até mais, pessoal da fé.

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