sábado, 14 de abril de 2012

O plebeu

Um breve interlúdio verde antes da próxima especulação benfiquista para 2012/13.



Algumas coisas que vão ficando claras.

Como escrevi aqui, duas facções dentro do Sporting: os políticos, liderados por Luís Duque; e os fundamentalistas, de quem o Guarda Pretoriano Cristóvão era o representante na Direcção.

Duque tentando criar condições para uma aliança com o Benfica, Cristóvão tentando conquistar o poder por dentro.

Cristóvão é (era) o homem do trabalho sujo, desde o início, no Sporting. A sua função não era só pintar girassóis nos corredores: era entrar nos meandros do futebol (que devia conhecer muito bem porque, como ex-PJ, tinha maneiras de conhecer) e voltar a meter o Sporting no jogo. Não há, nem no Sporting nem em clube algum à excepção do Porto, assim tanta gente disponível para chafurdar na lama. É por isso, aliás, que Pinto da Costa chego a Papa: por falta de vergonha. Nem toda a gente tem a capacidade de se rebaixar eticamente ao ponto de viver confortavelmente no meio da escumalha.

Essa era base da influência de Cristóvão junto do presidente – um coninhas, como já toda a gente percebeu – e era a partir daí que Cristóvão (um plebeu, note-se)esperava alcançar o poder dentro do Sporting e tornar-se o Pinto da Costa do clube (um sonho comum a tantos e tantos benfiquistas e sportinguistas). O controlo do submundo, libertando os viscondes sportinguistas desse ónus, dar-lhe-ia um poder funcional e a postura anti-benfiquista, que tinha vindo a trabalhar com afinco, dar-lhe-ia o poder demagógico para subir no barómetro do poder e, na altura certa, disputar a presidência do clube.

Confirma-se que, no Sporting, todos sentem ter direito ao poder, e que essa é a grande vulnerabilidade interna do clube.



A saída de Cristóvão – não se pode dizer irreversível porque, em política, os cadáveres só dormem – abre a porta à facção duquista e à respectiva estratégia.

Enfraquece brutalmente a posição estratégica do Sporting, não só por garantir que o clube não é inocente mas também pela imagem de amadorismo que passa.

O presidente, principalmente, sai muitíssimo enfraquecido, e Duque, que trocou Domingos por Sá Pinto, que vai ganhar a Taça, que chega às meias-finais da Liga Europa e que acaba o ano a tirar o campeonato ao Benfica (a mais importante das três façanhas para os sportinguistas), está em alta, quando ainda há poucas semanas parecia preso por arames.

5 comentários:

  1. Um must esse adjectivo atribuído ao Go(r)dinho Lopes: coninhas... LOL

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  2. É duro ser do Sporting com tanta crise de identidade e intrigas palacianas...eis o clube dos nobres no seu melhor... Felizmente que sou do unico e glorioso Sport Lisboa e Benfica!O nosso objetivo é conquistar sem pensar nos outros...(agora tambem seria bom conquistar mais coisas,né! : D )

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  3. Se se provar toda a organização agora atribuída a PPC, isso será verdadeiramente espantoso. É a implementação do Sporting da velha máxima "Se não podes vencer..." neste caso adaptada para "... faz como eles".

    Acho que uma organização como a que se descreve na imprensa, construída por parte de alguém que fez parte da PJ, mostra a selva que este país verdadeiramente é, em termos de justiça. Já estivemos mais longe do far-west.

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  4. O plebeu é mais adequadamente descrito, pelos vistos, como o espião. Impressionante a descrição da rede de chantagem e coacção aparentemente montada por um vice presidente. Coacção, chantagem e uma enorme confusão - eis o Sporting de PPC.

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