sábado, 7 de janeiro de 2012

É porque não é para ganhar

Em termos técnicos e tácticos não existiu – não existe, portanto – diferença entre Sporting e Porto. Isso não é abonatório para o Porto. Não se pode dizer que este Sporting tenha tido o mesmo tempo de construção que este Porto. Que a equipa do Sporting consiga equilibrar técnica e tacticamente um jogo com uma equipa que tem o Hulk quer dizer, para mim, que potencialmente esta equipa do Sporting é melhor que a do Porto. Há uma clara delapidação de valores do Porto de um ano para o outro e este jogo prova-o.
O que tornou o Porto superior ao Sporting foi, única e exclusivamente, a maturidade. A experiência. Foi claro que o Porto encarou o jogo de uma forma mais consciente do que o Sporting. Assim como foi claro que, sabendo como devia jogar, não teve capacidade para executar, por défice técnico, por falta de velocidade e por falta de envolvimento colectivo. Isto no primeiro jogo, que durou até aos 60 minutos.


Daí para a frente, com o Izmailov e o Matias no Sporting e o James no Porto, os dois treinadores passaram a ter em campo a equipa que queriam meter desde o princípio mas na qual não tinham confiança. O Izmailov e o Matías não podiam jogar mais de 30 minutos e, quanto ao TOC, não quis confiar as duas alas a dois jogadores muito inexperientes e decidiu apostar na experiência do Cebola.

O Porto pareceu sempre mais perto de marcar, mas isso não surpreende ninguém. São ainda equipas de campeonatos diferentes. Só havia uma maneira do Sporting enganar o Porto: marcando dentro dos últimos 15 minutos.
Nesses últimos 15 minutos o Porto chegou melhor fisicamente. Tinha o Sporting à sua mercê e 15 minutos para ganhar o campeonato. O empate não o matava mas a vitória restituía-lhe a vantagem que perdeu quando empatou em casa com o Benfica e devolvia-lhe inteiramente o favoritismo para o título.

A bola do Izmailov era a definitiva. Estava tudo no sítio: o jogador que marca sempre ao Porto, o momento certo para marcar. Não aconteceu, ponto final.



O empate agrada-me bastante, devo dizer, por uma razão muito simples: não acredito que o Porto consiga passar dois campeonatos seguidos sem perder um jogo, e isso quereria dizer que, além dos empates, ainda lhe falta sofrer a derrota.

Com as oportunidades que teve, é claro que o Porto só não ganha este jogo pelas mesmas razões que não vai ganhar o campeonato: porque não é para ganhar.


E agora, o Benfica tem, em Leiria, o seu próprio jogo do título. Não é pelos três pontos. É porque, amanhã, vai-se ver quanto é que a equipa quer ganhar o campeonato e se está preparada para isso, e se o trabalho de seis meses foi bem feito. Sem desculpas.

Quem chegar estiver à frente no fim do Benfica-Porto de aqui a oito jornadas será o campeão. O Porto já perdeu dois pontos…

9 comentários:

  1. É só para dizer que consegui ver o jogo na net, mas como nada me dizia que a coisa se ia aguentar (aliás, caiu mesmo uma vez), não ia começar uma coisa que não sabia se podia acabar.
    Fica para depois.

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  2. Sem problemas.

    Esperemos que o GLORIOSO amanhã nos dê uma alegria.

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  3. O jogo de amanhã é de uma importancia digna de uma final ( e os que se seguem até ao fim também!!tem que ser essa a mentalidade).Cajuda é que por vezes gosta de complicar a vida ao Benfica.Oxalá que não e que os jogadores entrem com vontade e garra de ir buscar os 3 pontos.Se os querem ( e queremos!!) que se ponham de pé e mostram quem é o BENFICA!!!

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  4. O jogo com o Leiria vai mostrar se o Benfica tem uma equipa de campeões. Nestas situações, os campeões arranjam uma maneira de ganhar.

    Se não ganhar amanhã, o Benfica até pode ser campeão, mas não tem uma equipa campeã.

    E estou a dizer isto de uma maneira perfeitamente lúcida, sem exageros.

    Como diz o meu pai, é altura de pôr os colhões em cima da mesa.

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  5. Concordo completamente sobre o carácter do jogo do Benfica. Aguardemos, pois.

    Sobre o jogo de hoje, foi uma sensaboria. Mostrou, no entanto, que há um Sporting que pode crescer e um Porto que, seguro mais coisa menos coisa na defesa, tem um ataque dependente dum tipo que é apenas pouco melhor que a média (e tem um cérebro de andorinha).

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  6. Que exagero, ganhar ao Leiria é facílimo. Tanto que sendo portista apostei na vitória do Benfica, com Handicap! (e nos últimos jogos fora do Benfica temos empate em Braga e vitórias tangenciais)... Quanto ao Porto, basicamente somos como o Usain Bolt com um gajo às cavalitas que o atrasa na corrida. Obviamente que esse gajo às cavalitas é o vitor pereira...

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  7. vai ser difiçel , nervos , fatalismo tradçional e atenção ao submundo do futebol luso ,um ano e meio sem o careca de famalicão e logo num jogo deste , não e gratuito!!!!pior so olegario.
    mas se queremos ser campeões temos que ganhar contra tudo e todos.

    benfica de leça de palmeira

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  8. Mais do que o clássico, a grande notícia de ontem foi a entrevista do Oliveira. Como eu gostava de encontrar essa entrevista na net. Não é todos os dias que ouvimos um tripeiro a dizer que o Benfica tem mais dimensão mundial do que o Sporting e o Porto juntos.

    Quanto ao jogo, não o achei tão fraco como dizem. O justo seria um empate com golos, mas o resultado aceita-se. O Sporting demonstrou muita cerimónia e pouca convicção na altura de rematar à baliza, e o Porto mostrou mais uma vez que é Hulk e mais dez. Ficou um segundo amarelo por mostrar ao Polga, e antes disso (penso eu) há um fora-de-jogo mal assinalado ao Sporting que poderia muito bem dar golo.

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  9. O jogo de hoje é, numa palavra, um jogo para jogadores de classe. Fazer o que tem de ser feito no momento em que tem de ser feito. Não tem a ver com qualidade.
    É mais difícil ter classe do que qualidade. O que eu vou ver hoje na equipa e nos jogadores do Benfica não é se sabem jogar ou não, é se têm classe. Se jogam com medo ou com consciência. Para equipas habitadas a ganhar, estes são jogos quase rotineiros. Para equipas em formação, como o caso deste Benfica, estes são os jogos que falam connosco para nos dizer a verdade.

    Volto logo a seguir ao jogo para esfolarmos o animal.

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