terça-feira, 4 de junho de 2013

Jesus (2) – A Falsa Escolha de Vieira

Não tenho dúvidas de que Pinto da Costa está a fazer todos os possíveis para convencer Jesus a dar o dito por não dito e a levá-lo para o Porto.
Digo «está a tentar» e não «tentou» porque, enquanto o Vieira e o Jesus não se sentarem na sala de imprensa a assinar contrato o Jesus ainda não é o treinador do Benfica para a próxima época. Só por isso é que o Porto ainda não tem treinador. Só por isso é que se está a prolongar a ópera bufa do Vítor Pereira (a quem, de certeza, já arranjaram trabalho), fazendo de conta que a renovação está em cima da mesa.

 Pinto da Costa vai levar a tentativa até ao minuto anterior do anúncio da renovação de Jesus porque o que lhe interessa, verdadeiramente, não é contratar Jesus, mas sim derrubar Vieira, que teve o mérito (dê-se-lho) de se constituir como seu único verdadeiro adversário, em 30 anos, além de João Rocha, embora este numa altura em que Pinto da Costa ainda era apenas um projecto daquilo em que se tornaria.

A escolha de Vieira entre renovar ou não renovar com Jorge Jesus é falsa porque não há escolha. O fim do mandato de Vieira como presidente do Benfica será determinado pelo momento da saída de Jesus, e esse vínculo não está a ser assumido agora.

Há dois anos, no final da segunda época, Vieira fez o que um bom presidente faz: contra o usual coro dos insatisfeitos, que fazem todas as suas aparentemente elaboradas reflexões, na verdade, a partir dos resultados

(reconheço sempre a qualidade e a validade de um comentário pelo distanciamento que apresenta em relação aos resultados. Um mau comentador, como o Rui santos, é aquele que é capaz de mudar radicalmente a sua análise de uma semana para a outra quando os resultados mudam)

manteve o treinador. Isso, só por si, já foi uma evolução na história do Benfica dos últimos 30 anos.

 O ano passado, sim, foi decisivo.

Jesus tinha mercado, o Porto já não constituía uma ameaça – uma vez que Pinto da Costa não conseguiria despedir Vítor Pereira nessa altura, tendo contrato, para o trocar pelo treinador a quem ele tinha ganho, por mais voltas que desse, sem passar por fraco –, Jesus tinha acabado de revelar todas as suas fragilidades como gestor do plantel, havia uma larga maioria de adeptos que já não o queriam, o ciclo normal para o futebol português estava claramente esgotado e, sobretudo (de um ponto de vista de uma boa direcção desportiva o factor mais importante de todos) a equipa deixara de evoluir.

Foi nesse momento, mesmo que não o tenha percebido bem, que Vieira abriu a porta à grandeza – que pode ou não acontecer, sejamos claros, e aqui sim, os resultados terão de falar, porque não há grandes clubes sem resultados no final dos projectos – vinculando o seu legado desportivo como presidente do Benfica ao desempenho do treinador que assumiu.

Diga-se, em abono da verdade, que Jesus foi o primeiro treinador que Vieira escolheu desde o dia em que entrou no Benfica a última pessoa que também tinha escolhido: José Veiga. Depois disto, este e Rui Costa não foram capazes de manter ou alcançar o sucesso. Aonimpôr a contratação de Jesus ao Braga, Vieira começou a atar-se. O ano passado acabou de dar o nó.

O erro de Vieira, no ano passado, não foi ter tomado a decisão. Apesar de eu ter sido contra ela – não por causa dos resultados mas porque, na minha opinião (como acho que ficou provado), a equipa estagnaria em termos de evolução, o que a levaria, muito provavelmente, a não alcançar resultados – a decisão de manter Jesus era aceitável, e até a mais óbvia, ainda que não fácil.

O erro de Vieira, ou por não ter compreendido plenamente a situação (afinal, havia décadas que um treinador não começava uma quarta época no Benfica, muito menos sem ganhar nada de jeito há duas épocas) ou por medo e um excesso de tacticismo que lhe terá retirado audácia, não foi ter mantido o treinador, mas, logo aí, não ter assumido o seu vínculo a ele, e não lhe ter renovado o contrato por mais três anos. Porque, na prática, ao mantê-lo o que estava era a fazer isso mesmo, só que sem contrato. Com a desvantagem de que, dessa forma, teria matado a ameaça de Pinto da Costa à nascença.

Não foi preciso chegar à semana antes da final da Liga Europa e à afirmação de que «Jesus é o treinador do meu projecto» para se saber que isso é verdade, e que Vieira, na verdade, não tem escolha, nem sequer tem margem negocial. Quando eu lia que ele queria cortar o ordenado ao Jesus, pensava: «Só não o vais ter de aumentar se ele não quiser.» O Jesus é um animal de jogo, tem os bluffs todos, tem tomates, e manipulou o Vieira direitinho, até ao ponto d éter a faca e o queijo na mão, mesmo sendo o elo mais fraco (um bocado como o Portas com o Passos Coelho…).

O fim de Jesus vai determinar o fim de Vieira, quer ganhe quer perca.

Se ganhar, vai até ao fim, que será determinado por Vieira (e temos de começar a pensar nesta coisa da manutenção ou não do estado de emergência que justifica a permanência de Vieira, porque, independentemente do valor do homem, a verdadeira força do Benfica é a democracia …).

Se perder, sai, e Vieira, mesmo ficando, não dura mais de uma época depois disso.

Por um lado, porque o fracasso desportivo e pessoal será demasiado pesado.

Por outro porque, apesar da fragilidade da estrutura económica dos clubes grandes em Portugal (passivos monstruosos, sobredependência de receitas extraordinárias), a percepção que passa para os benfiquistas é de que o problema financeiro que levou à eleição de Vieira está resolvido.

O clube tem um volume de receitas ao nível dos vinte melhores da Europa, enveredou pela inovação, como é exemplo a Benfica TV e a transmissão dos jogos, e subiu de divisão ao nível da venda de jogadores. Perante a fragilidade do Sporting, a subida ao pote 1 da Champions (que se vai manter, até porque, em relação ao Porto, por exemplo, este terá de voltar a ganhar a Liga Europa na próxima época para não ser ultrapassado), e a manutenção de três lugares de acesso à Champions para os próximos quatro/cinco anos, será quase impossível o clube voltar a cair. E isso, mesmo que isto seja cruel, será verdade quer Vieira continue quer não – algo que os futuros candidatos (que aparecerão em caso de fracasso desportivo, ninguém o duvide, e não serão andorinhas do Norte) facilmente demonstrarão.

Aliás, interpreto a pressão por parte dos notáveis do Benfica para o despedimento de Jesus como início da fase estratégica pré-eleitoral, tendo eles a exacta percepção de que a porta por onde Jesus sairá será a mesma por onde Vieira vai sair.

Esta é a natureza competitiva da democracia, é assim que os mais aptos têm a sua oportunidade e não é por isso que os clubes ficam mais fracos. Alongo prazo, aliás, esse factor democrático é a sua verdadeira força, independentemente das fases degenerativas. Olhem para o Barcelona, para o Real Madrid, para o Manchester United.

Eu,pessoalmente, não tenho medo do pós-Vieira. Acredito no Benfica real, no Benfica do povo, da opinião, da união, do colectivo. Esse Benfica do regime que os portistas querem inventar não existe a não ser na cabeça deles, e os benfiquistas não devem ter medo desse fantasma. A saída, em breve, de Vieira, demonstrará a diferença entre um clube que vive realmente na vontade das pessoas que o compõem e os clubes que só se realizam como manifestações pessoais.

Afinal, é muito mais fácil de colar regimes a clubes que ganham durante cem anos do que aceitar a evidência de que, em cem anos, só se ganha com um presidente.

Da mesma maneira que é fácil falar em regimes e difícil de aceitar que Pinto da Costa está quase há tanto tempo no Porto como Salazar esteve no Conselho de Ministros.

(Próximo post: Jesus (3) – Ponto de Horizonte)

17 comentários:

  1. Meu caro,

    Bom Post, boa análise. De resto, como sócio do Benfica, há tempos a trás, pensava igual.

    Hoje, mudei de posição. (por vários factores e que poderei deixar aqui num comentário mais longo).

    Ou seja, toda a análise que fazes está correcta - mas tem um factor externo que determina a maneira de tu pensares que é a todos os níveis excepcional - ou seja, o Vitó ter melhores registos do que o Mourinho enquanto treinador dos corruptos..... - vale isto por dizer que eles perceberam - após o 1 ano do JJ - que o Benfica está mais forte e que acertou na estratégia......daí que eles tenham a necessidade de ganhar a todo o custo - pois ninguém acredita que em 90 jogos se perca 1.......

    Esse factor externo é o que determinará a evolução destas questões.....

    Saudações Gloriosas.....

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  2. Bem observado. pinto da costa pareçe estar realmente nos bastidores a assistir de poltrona ao desenlaçe da renovação de JJ. jogada de mestre: ou JJ não renova e leva-o para o porto ou renova mas inflaciona o contrato de JJ com o Benfica que deveria ser revisto em baixa. Mas a questão fundamental é esta, não existe alternativa credível e convincente a JJ no Benfica e não adianta andar a contar migalhas numa indústria de milhões, e o JJ sabe e joga com isso mas o mercado é o que é. A melhor alternativa a JJ seria Paulo Bento, mas que está indisponível de momento, tirando isso, internamente, só vejo a promoção do Norton de Matos a técnico principal (outras hipóteses como Paulo Fonseca ou Rui Vitória ainda necessitam de comprovar o seu estatuto em projectos mais ambiciosos), mas julgo que tal está longe de proporcionar as mesmas garantias de JJ, portanto a negociação fica condicionada à unica alternativa com currículo e provas dadas que assegura a continuação da evolução que se pretende no Benfica

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    1. Norton de Matos??? Lololol quem me dera, eramos campeoes com o Rui Quinta

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  3. Porque se perde vai tua madre a dirigir o SL BENFICA.Filho de puta,portisto de merda.E ultima ves que fala-se mal do GLORIOSO filho de puta.

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  4. patriarca disse:

    Não credito no Jorge Jesus e esta renovação foi de MEDO de ele ir para o PORCO. Por mim DEVERIA IR para onde entendesse, MENOS PARA O Benfica.

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  5. Vladimir Kaspov04/06/2013, 16:05:00

    Gosto do comentário do Anónimo das 13:25:00!

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  6. uma vez mais a tua clarividência (é disso que se trata) permite ver a direito neste emaranhado político-afectivo que é o glorioso!

    Ver a direito: reconhecer o que está em causa.
    Respostas exigem tomates!

    Ver a direito é perceber se neste momento histórico (2000 Vilarinho, 2001 Vieira, 2004 Veiga, 2015?Jesus) o Benfica está a construir o seu próprio caminho civilizacional (o Benfica é mais do que um clube) ou se nos estamos a desviar em nome de uma rivalidade doentia. Doentia porque do outro lado está aquilo que se sabe.

    Curioso nesta vinculação que por interposto do Vieira liga o Jorge Jesus ao futuro 'civilizacional' do Benfica é que o homem não é benfiquista. não o digo por uma questão de purismo. Digo-o pela simpatia que ele nutre para com o porto e o seu presidente, pela gestão equivoca que tem feito da sua ligação contratual ao Benfica.

    Se os valores do Benfica hoje são 'encarnados' pelo Luís Filipe Vieira como seu presidente, não estaremos a vender a alma ao diabo ao permitir que um funcionário regateie e chantageie (?) e faça bluff com a sua aproximação ao porto? eu diria que nada disto nos interessa verdadeiramente. e hoje depois de 4 anos eu começo a questionar o valor que o jesus tem para o benfica...

    entretanto parabéns pelos 100 000 visitantes
    abraço lampião

    - Pedro

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  7. Os teus posts estão cada vez mais confusos! Será provavelmente por falta de tempo que os fazes tão grandes! :-)))

    É verdade que PC andou atrás do JJ. Já o faz há 3 anos. Deve ser obcessão. Desta vez ofereceu-lhe 5M€, mas mais uma vez sem sucesso.

    Por vezes as guerras ganham-se nos bastidores, em pequenos pormenores. Bastidores bem conhecidos do bufolas, onde ele costuma ser dar cartas.

    Mas agora encontrou um adversário que lhe fez frente e quem tem sido o grande perdedor tem sido o PC, apesar de não termos ganho o campeonato nos últimos 2 anos. O Benfica tem continuado a subir em toda a linha, ninguém pode negar este facto, e isto lança o pânico nos gajos! Porque eles já começaram a descer!

    Reparem que a ópera bufa do mestre bufeiro está no facto de ele dizer que, "já tem treinador mas não o revela até ao dia 12"! Bullshit!!

    Ele esteve foi à espera do JJ, mas quando se revelou que afinal ele já não vem - embora lhe custe a acreditar, já está confirmado - para não perder a face diz aos jornaleiros que afinal já tem treinador mas que não o quer revelar.
    Pois não!! Ele até já tem treinador desde Janeiro só que nunca o quis revelar! Naturalmente toda a gente acredita nisso.

    É verdade que PC por uma questão de sobrevivência quer expulsar LFV do Benfica. Tentou com Bruno Carvalho, um testa de ferro, e com o Rangel, um medíocre e pau mandado, um Damásio 2.0! Mas falhou! Mais uma vez!

    LFV fez o que um líder deve fazer, não emprenhou pelos ouvidos, não cedeu à aleatoriedade dos resultados (perdemos 2 competições porque a bola ressaltou num defesa e enganou o guarda redes) da qual o treinador, nem ele, tem culpa alguma, seguiu as suas convicções e a sua intuição. É para isso que foi escolhido! Para liderar e tomar decisões!

    Os adeptos só têm de apoiar as suas decisões e se têm medos e receios pois comprem um cão!









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    1. Embora não conhecendo todos os pormenores, que mais tarde ou mais cedo sempre aparecem, aquilo que eu afirmei é verdade. O Peidoso anda há 3 anos desesperadamente a tentar anular a vantagem que o Benfica tem por ter JJ como treinador. A mesma coisa tem feito tentando afastar LFV. Eles sabem bem de onde vem o verdadeiro perigo.

      Também é interessante verificar que tentaram destabilizar o treinador, diminuindo a oferta que fizeram quando já tinham conseguido os seus intentos, a conquista do título.

      Bate tudo certo com a metodologia que utilizam há dezenas de anos. E não apenas com o Benfica. Basta extrapolar para outras situações. Os benfiquistas têm de se mentalizar de uma vez por todas que os nossos inimigos não olham a meios para nos deitarem abaixo. Reduzir o futebol aos resultados e ao desempenho dos jogadores e do treinador no campo não é apenas ingénuo como é mesmo estúpido. Eles sempre utilizaram os bastidores como uma arma poderosa e decisiva para ganharem. Não passam de um bluff. Ver-se-á melhor quando isto acabar. E vai acabar. Eles sabem-no.


      Do CM:

      "O FC Porto tentou, por todos os meios, afastar Jorge Jesus do Benfica. Segundo soube o CM, os dragões terão chegado a oferecer uma verba na ordem dos 7 milhões de euros/ano ao técnico, numa altura e que as águias lideravam o campeonato com quatro pontos de vantagem sobre os rivais. Quando os encarnados perderam o título, os números baixaram para 5 milhões.
      O treinador do Benfica, contudo, invocou razões éticas para dizer ao empresário Jorge Baidek, emissário do FC Porto, que só aceitaria conversar com os dragões no final da época. E no domingo, 26 de maio, afastou essa hipótese, comunicando ao FC Porto que já tinha um acordo com Luís Filipe Vieira.
      Os portistas, no entanto, não desistiram de Jesus e enveredaram por outra estratégia, e recorreram a outros empresários. António Teixeira acenou a Jesus com uma proposta do Anzhi, de 8 milhões de euros, enquanto António Arado colocou na mesa cinco milhões limpos do Fenerbahçe. De acordo com as fontes contactadas, Jesus explicou aos agentes que prefere ganhar 4 milhões de euros no seu país, do que ganhar o dobro em países cuja língua não domina.
      Quem não gostou de saber os valores oferecidos pelo FC Porto ao treinador do Benfica foi Vítor Pereira, que sentiu desconsiderado pelo clube onde esteve nos últimos três anos (um como adjunto de Villas-Boas)".

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  8. Cada vez estas mais charola dos cornos. Vieira so vai sair quando uma vez mais estragar os planos e ver o bufolas de joelhos enao falta muito. Quanta a ti, nao te cures, nao porque a estupidez deixa marcas, sabias?

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    1. Tens uma pinta oh Joseph! Nao tens cara do doente que es!

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  9. http://www.sporting.pt/Noticias/Clube/notclube_clubecomunicadoporto_050613_112275.asp

    Zangam-se as comadres...

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  10. Para quem defendeu não há muito tempo que Jesus devia continuar, a renovação é algo natural. Confesso, no entanto, que esta ligação diria umbilical de Vieira a JJ não é muito fácil de compreender. O Benfica não depende nem de um presidente específico nem, muito menos, de um treinador específico. Depois do final de época que se viu, não vejo razão para JJ ser premiado com um contrato melhor, mas parece que foi isso que aconteceu. Enfim...

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  11. Ulrich Haberland07/06/2013, 15:46:00

    A ausência de LFV na final europeia do Hóquei disse tudo o que havia a dizer sobre LFV enquanto líder. A grandeza do Benfica estará adiada enquanto LFV for o seu presidente. Teremos muitas empresas, muitas compras e vendas, muitos negócios, mas grandeza, daquela que faz dos homens "normais" campeões, no plano humano e desportivo, essa grandeza nunca teremos.

    JJ é uma falsa escolha do LFV porque a decisão da renovação não se baseia na ideia de que “Num clube vencedor não há demissões. Nem de cargos nem de responsabilidades… Num clube vencedor os elos mais fracos não são cortados e deitados fora – são fortalecidos, com trabalho e inteligência. Num clube vencedor, quando há um problema, não se faz de conta que não há problema – enfrenta-se o problema e trabalha-se para encontrar uma solução… Coragem para assumir as deficiências, humildade para aprender, inteligência para encontrar um caminho. Estas é que são as condições para o sucesso.” , mas sim numa ideia de negócio, de ”potenciar activos” e continuar a alimentar uma plataforma de jogadores que serve a muitos menos ao Benfica.

    Podíamos estar a caminho da grandeza mas não estamos.

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  12. Vieira herói acidental? Parece-me mais, eventualmente, um herói inevitável. Depois do trauma “Fernando Santos”, depois dos repetidos votos de confiança pré e pós desaires, haveria mesmo, por parte de Vieira, outra opção que não esta? Mais arriscado para Vieira do que renovar com JJ, seria não fazê-lo. Não concretizá-lo significaria:

    - reforço psicológico dos adversários (ficando ou não JJ em Portugal).
    - desânimo da (ainda) maioria da massa adepta benfiquista, que, para além da incerteza no futuro, via as estrelas alinharem-se no sentido do seu ex-treinador ir treinar um adversário directo. E nem interessa que, a 7M/ano, não haja magnata russo que valha a num clube que, ano após ano, apresenta prejuízo.
    - passagem de uma mensagem de fraqueza, de incerteza, de incoerência, de um clube cujo único rumo são os resultados do momento.

    Tudo isto são aspectos do imediato, a curto prazo. Com tempo, competência e confiança, nada disto teria a mínima relevância na medida em que se provaria que existe vida para lá de JJ. Mas o cerco começa a apertar-se junto de Vieira a cada época e troféu que passam.

    A JJ exige-se, fundamentalmente, a conquista no campeonato e uma boa prestação na Liga dos Campeões (entre os 1/8 e ¼ de final). Tudo o que não passe por isto será considerado um falhanço que ditará, certamente, a saída de JJ antes do fim do contrato. Porventura até durante a próxima época, consoante o estado de coisas. Em contrário, sendo os objectivos alcançados, Vieira sai também ele reforçado, colocando a concorrência que exista (e já se esteja a preparar) a milhas.

    JJ sairá, resta saber por qual porta. A grande terá dado razão a Vieira e confere-lhe o balão de oxigénio para mais anos de Benfica. A pequena encurta significativamente a distância entre si e a concorrência, o que não é necessariamente sinónimo de derrota eleitoral. A isso teria de, cumulativamente, se verificar uma gestão danosa dos direitos televisivos.

    Até lá, teremos espectacularidade: espera-se, desta feita, mais na vitória que na derrota.

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  13. Não há ninguém acima do JJ que dê um murro na mesa e diga:"quem manda aqui sou eu e você vai fazer o que eu disser senão rua". É o medo da falta de estrutura que se torna cada vez mais evidente. E que lhe diga : "A Liga de Campeões é para levar a sério mas a Liga Europa,não.Portanto concentre-se no Campeonato e Taça". E prontos era assim que resolvia esta questão. Haja colhõnes.

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  14. é frustrante descobrir um blog destes na própria semana em que ele acaba...

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