O primeiro jogo
pós-apocalíptico da equipa do Benfica, em «Celtic» (como diria o Jorge Cadete)
foi uma boa proveta para o que será a época. Não no sentido de deixar boas ou más
indicações mas no de mostrar como vai jogar a equipa do Benfica.
(Antes de
mais, uma nota para esta equipa do Celtic, menos que medíocre, fraquíssima, arriscaria
mesmo dizer que a mais fraca da Liga dos Campeões, e que vem, uma vez mais,
confirmar que os escoceses deveriam ganhar o prémio para «o futebol mais
incompetente do Mundo». Com o dinheiro que os escoceses têm, o clima de verdade
desportiva, a paixão dos adeptos e a proximidade da Premier League, arrisco
dizer que Portugal estaria no top-3 do futebol europeu de clubes. Voltando ao
Benfica…)
A única
hipótese minimamente credível desta esquartejada equipa do Benfica não se imolar
em chamas por altura do Natal e alcançar um sucesso mínimo no final da época
(passar a fase de grupos da Champions e acabar em segundo no campeonato) consiste
em:
- jogar em
toque de bola, e manter a bola o máximo de tempo possível e o mais afastada
possível do seu meio-campo, evitando que um conjunto de jogadores que não sabe
defender tenha de defender – só há dois jogadores do Benfica que sabem defender
(Luisão e Garay). Se estão a pensar em Maxi, está errado. Maxi defende mal. As
grandes jogadas defensivas de Maxi são, na verdade, jogadas em esforço, que ele
ganha porque é um lutador, e ganha-se em esforço, não em técnica defensiva. Tem
é muita capacidade para se esforçar, e engana bem.
- marcar
muitos golos, pelo menos dois por jogo – que compensem a inevitável falha
defensiva que, 90 por cento das vezes, vai aparecer – e fazê-lo recorrendo a um
ataque de mobilidade extrema, em que quase não se perceba quem joga onde.
Qualquer
outra conversa é falácia. Estou a escrever no decorrer do jogo, com o resultado
em 0-0, e, antecipando já a conversa da «pressão alta» do Jesus, afirmo que a «pressão
alta só vai dar alguma coisa em meia-dúzia de jogos, com equipatão fracas como
as do Celtic e fora de casa. Uma equipa que veja este jogo «em Celtic», que
saiba jogar só um bocadinho e que tenha a oportunidade de preparar o jogo vai
ter avenidas abertas em transição, e vamos voltar a assistir a algo que já
víamos antes, mas agora em maior quantidade: os defesas do Benfica a apanharem
com os avançados lançados direitos a eles, tentado tapar um buraco para deixarem
outro aberto onde entrará o jogador seguinte, até ao remate.
Para
pressionar alto é preciso ter jogadores que, mesmo não defendendo bem, sejam
consistentes durante o jogo e como equipa – em contrapartida o Benfica tem Aimar,
Gaitán, Salvio, Carlos Martins, desconfio que Enzo Pérez…
A «pressão
alta» do Benfica vai falhar rotundamente, e daqui a cinco ou seis jogos, os
jogadores do Benfica, pressionados pelos maus resultados, vão perceber que não
é na defesa que vão ganhar jogos, mas no ataque, e que a única hipótese que têm
é deixando de jogar com a displicência a que estão habituados – deixando de precisar
de chegar 10 vezes à área contrária para ter de fazer um golo.
Se uma
equipa de alta competição, sobretudo nos grandes jogos, vive e morre da
eficácia ofensiva, esta ainda mais. Para poder competir com as outras, terá de
ser muito mais eficaz que as outras.
Dito isto,
tenho de avisar os meus consócios benfiquistas de que a colocação de uma
fasquia de exigência elevada, para este Benfica, é um acto de potencial suicídio
anímico e mental. Como é evidente, em termos de resultados imediatos (leia-se
nesta época) este Benfica está tanto à beira do milagre como à beira do
desastre.
Quanto ao resultado
de hoje (aos 65 minutos está 0-0), devo dizer que, depois de ver jogar o Celtic
no fim-de-semana passado e hoje, estou convencido de que a equipa que não lhes
conseguir tirar os seis pontos será a equipa a ficar em terceiro no grupo.
(Olha, 2-1
para o Spartak em Barcelona…)
Temos é pouca personalidade. E muito medo. Cagufa é palavra mais indicada
ResponderEliminarFéher 29, não acho que seja uma questão de medo. A verdade é que temos uma equipa super desequilibrada, e o não ganhar hoje demonstra em parte esse desequilíbrio. Pareceu-me que basta vir a Celtic Park uma equipa bem organizada, e levará facilmente os 3 pontos.
ResponderEliminarSalve-se o facto de o Barcelona ter dado a volta ao resultado.
Vamos ver o que nos aguarda o resto da época. Da minha parte, e chamem-me o que quiserem, mas acho que era melhor mesmo ficarmos pela UEFA.
Abraço
Medo, inexperiência, pouca intensidade (o que, neste caso, ate se compreende uma vez que jogamos com uma equipa que pertence a um dos campeonatos mais intensos do mundo...)
EliminarPessimos resultados dos tugas, contra equipas que nao jogam um chavelho. Vá lá que para nos aida deu para os 3 pontos....
ResponderEliminarZagreb e Celtic vao levar 3/4 em Portugal sem corrermos muito.
Não concordo minimamente com essa de que o Celtic é a pior Equipa da Champions sem duvida a pior equipa desta edição da Champions é o Dinamo de Zagreb tal como na época passada onde não ganharam um jogo e ainda se viram envolvidos num escandalo de autentica corrupção no jogo contra o Lyon? Hoje podiamos ter ganho? sem duvida, agora ter sido um mau resultado tambem não acho que tenha sido, queres que te lembre que em 60 anos de competições europeias o Celtic só perdeu em casa uma unica vez? ah, pois é, devemos ter sempre ambição sem duvida pois está no nosso ADN, mas temos tambem de saber reconhecer as nossas limitações actuais.
ResponderEliminarAs nossas limitações actuais são muitas. Não deviam ser. Má estruturação óbvia do plantel...
ResponderEliminarHouve alguma "cagufa", houve. Alguns jogadores levaram quase toda a 1ª parte para conseguirem dominar uma bola ou fazer um passe acertado. A bola parecia que queimava nos pés de, por exemplo, Matic e Melgarejo. Curiosamente um dos menos afectados foi um que nem da equipa A é: o André Almeida que pelo menos não se acagaçou...
O Celtic é fraco, o Spartak parece forte. Pelo menos fez tremer o "arquétipo da perfeição" em sua própria casa.
Ficou um penalty por marcar sobre o Rodrigo. Parece óbvio mas não apaga tudo.
Não jogámos a ponta de um chavelho.
ResponderEliminarAo fim de 10 anos de gestão de LFV, os resultados estão à vista: fracasso desportivo e ruína financeira. Num ano em quem as receitas atingiram um valor record, os prejuízos foram de 11 milhões e a SAD tem capitais próprios negativos.
As vendas de jogadores "essenciais", como Witsel e Javi têm agora uma justificação clara. Esta loucura de gestão deixa-me imensamente preocupado com o futuro do Benfica, desportivo e financeiro.
O desastre LFV é isto!
O Benfica,para LFV,deixou de ser um clube desportivo aonde os títulos e as vitórias é que contam para ser uma agência de rotação e venda de jogadores.Aonde ele se sente maravilhosamente bem,pois para além da notoriedade que isso lhe proporciona,também sente que isso lhe trás poder.O homem sente-se poderoso.Já deixei de acreditar nas suas boas intenções.E se tinha alguma dúvida,a belíssima gestão do plantel e a ruína financeira,tira-me qualquer réstia de pudor em afirmar que o homem não presta.Mas atenção o Benfica continua bem vivo na minha cabeça.Quanto ao jogo:empatar com estes pernaltas e ficar satisfeito com isso é degradante.
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