Alguns pontos sobre o empate na Madeira, por ordem crescente
de importância:
1 – O empate com o Nacional não muda nada, no essencial, do
que escrevi nos últimos dois posts. Nunca esperei que o Benfica chegasse ao
jogo das Antas com onze vitórias em onze jogos. Por outro lado, a margem acaba
aqui. Continuo a achar que o Benfica só manterá 25 por cento de hipóteses de
ser campeão se ganhar os próximos dez jogos para o campeonato. Da mesma maneira
que continuo a pensar que o Benfica só será campeão se o Porto fizer três maus
resultados até esse jogo. O jogo da Madeira era o jogo mais difícil, para o
Benfica, até ao das Antas (mais, na minha opinião, que a visita ao Guimarães ou
ao Marítimo). Independentemente da forma como aconteceu, o resultado é um
resultado normal no percurso de uma equipa que ganhe o campeonato, neste tipo
de campeonato.
2 – No que toca a opções de gestão do plantel, que para mim
era mais importante que o resultado, o Jesus deu uma no cravo e outra na
ferradura, mas penso que deu mais no cravo que na ferradura. Entre o onze
inicial e o melhor onze do Benfica faltariam Melgarejo, Gaitán e Cardozo (isto
considerando as opções do Jesus, porque, se eu fosse o senhor do universo, o
Ola John seria titular). Melgarejo está lesionado, Cardozo esteve parado duas
semanas e não nos podemos esquecer de um factor fundamental quando se joga na
Choupana: a partir dos 60 minutos, devido à altitude e à humidade, as equipas
visitantes começam a correr para trás. Pela mesma razão aceito perfeitamente a
não inclusão de Ola John, que jogou pela Holanda. Não acredito que tivesse mais
de 30 minutos para dar. Por outro lado, a escolha de Urreta não se enquadra no
normal descarte. À primeira vista,
sim. Mas o rendimento que Urreta evidenciou mostra que está no ponto para que o
treinador aposte nele não para fazer descansar alguém mas para sacar
rendimento. Foi, sem dúvida, o melhor jogador do Benfica, e só aceito a sua
substituição na perspectiva que já falei, de a Choupana exigir demasiado de um
jogador que não faz 90 minutos há meses. É muito provável que, quando saíu, o
Urreta já estivesse sem combustível.
Ou seja, o Jesus cumpriu: escolheu o campeonato. Isso, por
si só, é positivo no que respeita a este campeonato, mas também porque
demonstra aquilo que já sabemos: que o Jesus está sempre a aprender. Todo o
conhecimento do Jesus é empírico, resulta da experiência. O Jesus é esperto, e
esse é o seu ponto forte. Mas não é muito inteligente. E esse é o seu ponto
fraco.
3 – Alguém disse um dia que o primeiro e fundamental passo
para resolver qualquer problema é reconhecer que esse problema existe. Depois
disso, em boa verdade, havendo persistência, é uma questão de tempo e engenho.
Para identificar um problema é preciso ter capacidade
crítica (muitas vezes auto-crítica, que é ainda ais complicada). E só é
possível ter capacidade crítica se se tiver capacidade de abstracção. O
abstracto é aquilo que não é concreto. Existe no campo da ideia. Da
possibilidade. Da teoria. As pessoas que pensam são tratadas como idiotas, como
arrogantes, e muitas são isso mesmo, mas é uma verdade indesmentível que tudo o
que é concreto, tudo o que o homem faz voluntariamente à face da Terra, nasce
no abstracto, na ideia, antes de se concretizar em acções.
O empirismo, a aprendizagem pela experiência, resulta do
concreto. A crítica resulta do abstracto. Estão a ver qual é o problema do
Jesus?
O Jesus não entende o abstracto. Não acredita em teorias. É
um Action Man. O fair play é uma
treta (e é). Se o Benfica tem 17 vitórias em 20 jogos, se marca três golos por
jogo, se só tem meia dúzia de golos sofridos, como é que é possível que alguém
pense que não tem equipa para ser campeão? Só um idiota. Só alguém que não
percebe nada de futebol. Porque o futebol é resultado. Certo? Errado.
Errado, porquê? Errado porque, depois, o Jesus é enganado,
sem saber como. E porquê? Eu respondo porquê: porque não se abstrai o
suficiente da sua filosofia de
futebol.
Vou escrever aqui uma coisa que assumirei perfeitamente quer
ele fique quer ele vá embora: se, em vez de dois ou três arrumadores de cones,
o Jesus tivesse dois bons técnicos como adjuntos, o Jesus seria, a breve prazo,
um dos cinco melhores treinadores do Mundo.
Eu repito. Com um Peseiro e um Jesualdo Ferreira como
adjuntos, com a capacidade que o Benfica já mostrou para encontrar e contratar
bons jogadores, com a capacidade que tem de mobilizar adeptos e a facilidade
que demonstra em chegar, com facilidade, à alta-roda europeia (em cinquenta
anos de competições europeias o Sporting nunca fez o que o Benfica fez, por
exemplo, quando eliminou Manchester United e Liverpool, há uns anos, e isso nem
foi nada de especial na história do Benfica), com a capacidade que o Jesus tem
de aprender com aquilo que vê, em cinco/seis anos o Benfica estaria entre as
dez melhores equipas europeias, seria melhor que o Porto e o Jesus estaria
entre a elite dos técnicos mundiais – mesmo com chicletes, com a mania das
grandezas e com todas as suas peculiaridades.
Mas essa não é a realidade.
A realidade é o Jesus a dizer que, em Braga, o Benfica
«jogou em posse» na segunda parte, quando, de facto, o Benfica apenas tentou jogar em posse, não o
conseguindo, obviamente, porque não sabe, limitando-se a perder bolas no
meio-campo, sem defender nem atacar, ficando à mercê do discernimento do
adversário.
A realidade é o Jesus a falar de uma equipa que «sabe
controlar o jogo» quando, de facto, em quatro anos, e mesmo jogando em vantagem
durante mais de metade do tempo, o benfica continua a ser uma equipa
unidimensional, que só sabe jogar de uma maneira – «para a frente e em força» –
e que, tendo de controlar um jogo ou através da posso de bola ou através do
posicionamento defensivo, invariavelmente falha.
E isso vê-se todas as semanas. Vê-se em Braga, vê-se na
Madeira, ou vê-se em Moreira de Cónegos. A meio da segunda parte desse jogo, há
uma jogada em que o Matic tem a bola a meio do meio campo do Moreirense, já com
o Benfica a ganhar. Tem a possibilidade de passar a bola nessa zona, fazendo
aquilo que é, realmente, «a gestão da posse», necessitando, contudo, de
arriscar um pouco, porque havia alguma pressão. Está, notem, a 70 metros da sua
baliza. Em vez de manter a posse de bola nessa área, passa-a para trás, onde o
central a recebe a vontade. O Moreirense sobe, e o central, novamente, em vez
de manter a bola no ataque, fá-la recuar para
guarda-redes. Nessa altura, o Artur, já com o Ghilas em cima, chuta para
a frente, e a bola fica solta.
Não se viu, naquele lance (um entre muitos), o mínimo
esforço, ou o mínimo de trabalho, para fazer aquilo que o Jesus sabe que é o
que deve ser feito, e que o Jesus pensa que estava a ser feito, que era manter
a bola em circulação na intermediária adversária, sob alguma pressão, para,
através de uma desmarcação, aproveitar o espaço e, num passe sem risco, atacar
a baliza.
É apenas um exemplo.
Quem estiver suficientemente predisposto a isso encontra, em
qualquer jogo do Benfica, dezenas de situações em que se consegue identificar
falhas provocadas não pela falta de qualidade técnica ou física dos jogadores
mas fruto de desconcentrações, erros posicionais, opções erradas, erros
técnicos básicos, que, ao fim de quatro anos, e pela regularidade com que recorrentemente
surgem, não podem senão ser produto de lacunas no trabalho diário. E quem as
vê, e quem vai vivendo o dia-a-dia do clube, percebe perfeitamente que elas não
são trabalhadas porque não são identificadas. Porque não há capacidade, antes
de mais, para as reconhecer.
A realidade é uma equipa do Benfica que, estando num nível
alto, internamente, faz tudo o que fazia de bom e de mau que já fazia há três
anos, apenas com intérpretes diferentes.
A realidade é que, em 50 jogos que o Benfica faz em cada
época, há 12/13 em que se decidem competições e 40 que servem para vender
bilhetes, camisolas, jornais, jogadores, etc, e que, se não há nenhuma equipa
mais bem preparada que o Benfica para ter bons resultados nestes 40 jogos, nos
outros 12/13, em que tem de haver inteligência, cérebro, exigência, este Benfica
continua a ser apenas uma equipa mediana. E é por isso que, provavelmente, vai
voltar a perder o campeonato.
Não é por a bola ter ido ao poste, nem por causa do
fora-de-jogo, nem por causa das lesões, nem sequer é por ter empatado com o Nacional
da Madeira. O Nacional da Madeira pode empatar com qualquer equipa no seu
campo, e isso não diminui essa equipa.
Mas ir empatar à Madeira por não se conseguir pôr em prática
o plano de jogo adequado, por falta de engenho ocasional ou de sorte, é uma
coisa.
Ir empatar à Madeira porque não se sabe, simplesmente, o
suficiente para jogar esse jogo como ele tem de ser jogado – de forma cínica,
concentrada, segura, controlando colectivamente a bola e o espaço de jogo – é outra.
E o Benfica não empatou por não ter conseguido fazer o que
sabe – empatou porque não sabe fazer mais. Faltou-lhe, afinal, aquilo que não
lhe pode faltar, sob pena de se tornar uma equipa apenas pouco mais que vulgar:
a sorte do jogo.
Pode ser campeão? Pode.
Tem 25 por cento de possibilidades.
Enquanto eu escrevia este post, o Barcelona empatou em casa com o Olhanense.
ResponderEliminarNão muda nada do que escrevi nestes últimos dias, mas podem ter a certeza que vai fazer mossa lá para os lados do Camp Nou.
Quando se diz que tem de ser o Porto a perder este campeonato, é disto que se está a falar. Se o Porto não for campeão, a jornada em que o Benfica empata na Choupana e o Porto empata em casa com o Olhanense (mesmo levado ao colo pelo árbitro) vai tornar-se tão incontornável como o empate do Benfica, no ano passado, em Coimbra.
Lol
Eliminarquem é que foi levado ao colo?
O Jackson.
EliminarMas caíu.
Olha explica lá isso... Só enganas quem quer ser enganado
EliminarO penálti não existe.
EliminarPara mim o mais grave foi a menos de 30 segundos do fim o fora de jogo não assinalado ao Lucho. Não estivesse Bracalli em noite de engate e nesta altura a classificação estava adulterada.
EliminarMuito bom post...adorei...Não estou habituado a ver post tão bem argumentos e com a qualidade de análise deste aqui :-)
ResponderEliminarParabéns
Hugo:e o Pedro Proença?É um caso bicudo este senhor.
ResponderEliminarQuero pedir aos caríssimos correlegionários para não se deixarem levar na canção do bandido. Quando nós estamos a partir já eles estão a voltar.
EliminarHoje, todos os jornais metem o Pedro Proença na capa, fazem o folclore, e os benfiquistas mordem o anzol.
Vamos a factos:
- a expulsão do Cardozo é inevitável. Injusta mas, pela lei, inevitável. O jogador do Nacional provoca a situação e o Cardozo vai no embalo. Não há outra hipótese para o Pedro Proença a não ser expulsar o Cardozo. Se não o fizesse era comido vivo nos jornais, e com razão. Se fosse o Jackson a fazer aquilo não haveria nenhum benfiquista a não exigir a expulsão.
- a decisão de expulsar o Matic é defensável, da perspectiva do árbitro. Também é injusta, e a decisão parece-me errada, mas defensável, se se considerar que o Matic mete o cotovelo na cabeça do Candeias.
Acho que é injusta porque, por um lado, o Matic é penalizado por ter mais vinte centímetros que o Candeias (o Candeias também entrou com o cotovelo, mas o cotovelo dele fica pela altura do umbigo do Matic...), e por outro porque é o Candeias que procura o choque e o aproveita.
- tanto num como noutro caso as expulsões não são, por si mesmas, decisões claramente erradas. Nem foi por elas que o Benfica perdeu o jogo. Provocam revolta, porque são injustas, mas esse é o futebol que temos, em que o crime compensa e o agente provocador é tratado pela mesma bitola de quem é provocado.
E assim se coloca o Proença no centro do debate, quando, na verdade, ontem, só há duas decisões claramente suspeitas:
- a validação do primeiro golo do Nacional, não por existir fora-de-jogo (que não existe) mas porque, naquelas situações, em que há movimentos opostos e muito rápidos, tão perto da baliza, na esmagadora maioria dos casos o fiscal-de-linha, para se defender, e porque não consegue ter a certeza da decisão, marca fora-de-jogo. Fá-lo porque tem de decidir por intuição, porque não consegue precisar o momento do passe, e porque dois centésimos de segundo, ali, resultam num avanço de dois/três metros.
Ao contrário do que é normal, a bandeirinha ficou em baixo.
E essa sim, foi a única decisão tomada no jogo da Madeira que pode (pode...) valer pontos. Só com uma boa vontade excepcional e uma confiança invulgar no golpe de vista é que aquele fora-de-jogo não é marcado.
- a única decisão com foros de escândalo que ocorreu ontem ocorreu nas Antas. O penálti a favor do Porto pura e simplesmente não existe. O jogador do Olhanense está em queda, o seu braço direito está na única posição em que poderia estar quando se vai em queda e em corrida, protegendo-se do embate no chão. Qualquer pessoa que não tenha a barriga carregada de cozidos à portuguesa e que já tenha jogado futebol nem que seja na praia sabe que aquele braço está na posição natural, e que nem sequer há hipótese de o defesa o mover para o desviar da bola, porque vai em corrida e o lance é demasiado rápido.
Nao só a decisão do Cosme Não Sei Quantos é absurda como só não entregou os três pontos ao Porto porque o novo Hulk anda a treinar para a selecção de râguebi da Colômbia.
É uma decisão que decide campeonatos.
E do que é que toda a gente fala, hoje? Do Pedro Proença. Como se o que se passou nas Antas não fosse o suficiente para, sabendo o que sabemos, fazer disparar bandeiras vermelhas por todo o lado.
A comunicação social, condicionada pela «lógica dos paineleiros» de segunda-feira à noite (todos eles advogados, por coincidência), está formatada para condenar os Cardozos e para deixar passar em claro as «manipulações» das regras.
Mas os meus caríssimos correlegionários, façam-me o favor, não se deixem comer por tolos. Que é com isso que eles estão a contar.
Hugo,tudo bem,tudo o que dizes é bastante claro e faz todo o sentido,mas eu estava a ver o jogo e por mais que tentasse não conseguia ver falta para vermelho.Foi pena a garrafa não lhe ter partido os dentes.Fiquei fulo de raiva contra o espécime.
EliminarNa verdade, temos muitos foras-de-jogo mal marcados a nosso favor. O bandeirinha teve tomates e decidiu bem. Ainda bem que não são muitos com eles no sítio...
EliminarAdvogados não, Hugo.
EliminarJuristas. É mais chique...
Advogados?Juristas?Yah a vigarice é sempre mais chique!
EliminarAHAHAHAHAAH É tudo injusto, tudo uma roubalheira, "decisões suspeitas", vai-se a ler e, PELAS TUAS PALAVRAS, foram todas decisões corretas... MAS INJUSTAS?? Porquê, porque o teu clube tem de ganhar por decreto?
EliminarE depois a cereja no topo do bolo, de dizer que aquele penalty óbvio não existiu.
Sabias que a lei não tem de ser justa?
EliminarDeve tentar ser, mas não tem de ser.
Há muitas leis injustas.
E esta?
Por exemplo, pela lei, o Pinto da Costa não foi condenado no Apito Dourado. E essa decisão está suportada pela lei - que é uma má lei, feita para beneficiar os corruptos.
Mas teria sido justo que fosse condenado por corrupção, porque toda a gente ficou a saber, por exemplo, que ele ofereceu prostitutas aos árbitros.
E o penálti não existe.
Tu queres emprego , já agora como se ganha ao porto ,contra árbitros e tudo ? e já agora os numeros do euromilhões , e da lotaria e a teoria da relatividade ...
ResponderEliminarGanha-se ao Porto sendo melhor que o Porto. Se o Porto tiver os árbitros do seu lado, ou se dá mais aos árbitros para mudarem de lado ou se muda de árbitros. Sabemos, contudo, que não podemos confiar na Justiça.
EliminarOs números do Euromilhões são uma combinação aleatória de números, com variações praticamente infinitas, e, assim, indecifráveis pela tecnologia existente. Tal como os números das várias lotarias. Se não o fossem, todas as semanas havia centenas de computadores a fazer o cálculo dos números, o que tornaria o Euromilhões obsoleto, porque, dividido por tanta gente, o primeiro prémio dava para aí 3 euros a cada vencedor. Pensa antes que está a ajudar a Santa Casa, que é mais saudável e é verdade.
A teoria da relatividade geral foi proposta por Albert Einstein na década de 20. Diz que a energia é igual ao produto da massa de um corpo com o quadrado da velocidade da luz. Traduz-se na equação E=MC2.
Mas isto está na net, porra...
EHHHHHHHHHH, resposta inteligente para uma pergunta estupida!
EliminarBem escrito! Do melhor que tenho visto na blogosfera! Parabéns e mande mais!
ResponderEliminarAcime de tudo, devo admitir que concordo com a opinião sobre o JJ. Um JJ mais capaz de reconhecer erros (como a prática deste ano tem demonstrado), quer por si próprio, quer pela equipa que o acompanha, seria um treinador temível. A estrutura do Benfica também o poderia fazer. Mais até do que no ano do título, penso que o melhor JJ é muito bom... o pior é JJ ser algo bipolar...
ResponderEliminarGostei do artigo, da identificação dos problemas e da análise feita. Contudo:
ResponderEliminar1 - Porquê só 25%? Afinal de contas estamos empatados pontualmente, lá na frente e com mais um jogo em casa nesta volta e com 4 golos de diferença... acho bem possível!
2 - Faltou mencionares quem para mim jogou muito mal esta noite: Garay. Artur e Salvio não estiveram lá muito bem, mas a intranquilidade nos momentos iniciais foi causada pelo argentino. Luisinho é um lateral ofensivo e para manter as distâncias de Urreta tem de jogar mais subido no terreno. O Garay deveria ter também entrado mais subido e concentrado. Pelo contrário, vi um jogador algo muito fatigado, o que não é de admirar, dado que jogou 90 minutos na 4ª feira frente à Suécia.
3 - Relativamente ao teu exemplo... concordo em absoluto. Apenas queria adicionar outro: o lance que origina o golo do Braga na pedreira. Salvio tinha pelo menos mais duas linhas de passe seguras: Maxi e Enzo ou Matic. O que faz? Tenta meter num Lima coberto pelo central e com dois jogadores do Braga à espera da antecipação na linha de passe. O resto já todos sabemos...
4 - Meter um Peseiro e um Jesualdo a adjunto do Jesus? Eu percebo a tua ideia, mas... não deveria ser o Jesus a ter essa missão? Se não a tem então...
Bom artigo!
Quanto ao ponto 1, remeto-te para o post anterior.
EliminarQuanto ao ponto 2, chamo só a atenção para a evidência de que o Artur das duas últimas épocas, apesar de continuar a ser um guarda-redes perfeitamente apto para uma equipa que joga para o título, já não ser o Artur da primeira época. Talvez seja um caso de falta de competição interna, mas vejo-o mais desconcentrado, a falhar nas saídas da baliza mais do que era o normal. Talvez o Benfica precise de um segundo guarda-redes de nível semelhante.
Quanto ao ponto 4, o recrutamento de treinadores adjuntos de grande qualidade é apenas um passo inevitável que o futebol só ainda não deu porque é um desporto muito tradicionalista e retrógado. Nos desportos americanos é vulgaríssimo haver adjuntos que são, até, melhores técnicos que os treinadores principais, sendo estes mais vocacionados para a decisão momentânea e para a gestão dos recursos, incluindo a sua equipa técnica.
Os americanos já não dão para o peditório de treinadores complexados com medo de perder o emprego. Toda a gente sabe o seu papel e o que de si é esperado. Os especialistas fazem o seu trabalho como profissionais, não como «prima donas» da metafísica da bola.
O que vimos com o Ferguson e o Queirós, por exemplo, foi apenas um início. Daqui por seis/sete anos já os principais clubes europeus terão, nos seus quadros técnicos, dois ou três treinadores capazes de desempenharem funções de treinador principal, mas com um deles a desempenhar o papel de coordenador de competências.
E, em Portugal, a primeira equipa a «descobrir a pólvora» também vai ter vantagem.
Continuo a achar um sinal de grande debilidade um treinador preferir ser secundado por pessoas leais do que por pessoas competentes, que o ajudariam muito mais a ter sucesso e a defender o seu emprego através dos resultados.
No Benfica já houve um treinador que assumiu isso. Chama-se Toni, sabia que o Jesualdo Ferreira era melhor treinador do que ele e não hesitou em convidá-lo para adjunto. E toda a gente que se lembra desse tempo sabe que o Toni (que é muito boa pessoa mas um treinador medíocre) só conseguiu o que conseguiu no Benfica graças ao Jesualdo Ferreira.
Hugo,
EliminarLembro-me que no tempo do coveiro que o Artur Jorge foi nosso clube, esse organigrama dos treinadores adjuntos foi +/- seguido, com Filipovic e Neca. O resultado foi o que se viu. Mas concordo com o principio, como uma base para se chegar a algum lado.
Ainda agora os Nets, na NBA, despediram o treinador principal e quem ficou foi um dos adjuntos, o PJ Carlissimo que, por acaso, é um dos mais consagrados treinadores americanos e era um dos adjuntos.
Abraço,
RS
Em todos os sistemas, são as pessoas que fazem o sucesso ou o insucesso, mas um princípio certo, como afirmaste, ajuda muito.
EliminarAinda agora, na final da NFL, defrontaram-se dois treinadores que eram irmãos, e numa entrevista antes do jogo eles disseram que estiveram quase a fazer parte da mesma equipa técnica, o dos Ravens como principal e o dos 49'ers como adjunto - sendo que o dos 49'ers é considerado, pela maioria dos comentadores, melhor treinador que o irmão.
Um abraço.
o porto perdeu ontem a oportunidade de selar o campeonato. Não quero com isto dizer que o tenha perdido. Mas complicou o fácil e este empate vai fazer mossa, como diz o Hugo e bem.
ResponderEliminarAi vai, vai...
EliminarEsta é daquelas que um Porto «normal» não costuma perdoar. E eles sabem disso.
E ainda não chegámos ao ciclo Champions.
Exacto. Queria falar disso há pouco, mas não tinha tempo. O porto, desta feita, falhou na hora H. E isso é algo que não acontece muitas vezes. Vamos ver se TOC e os seus jogadores têm arcabouço mental par não se deixarem, psicologicamente, afectar por este fracasso. Oxalá que sim e que obtenham 3,4 maus resultados para que o Benfica seja campeão.
Eliminaro jesus... enfim...
ResponderEliminarcom o jogo empatado ele mete o cardozo?! que não joga há mês e meio e agora entra para resolver??? Ridículo. Que ele ponha as segundas linhas quinta. E que dê mais oportunidades ao Urreta que tem futebol nos pés.