Sintomas da febre de Janeiro
O Porto, pelas minhas contas, tem seis jogadores com as malas à porta ansiosamente à espera de um telefonema do empresário ou de alguém da Estrutura:
- O Álvaro Pereira, que deixou de fazer barulho para ver se tem mais sorte;
- O Otamendi, que não deve perceber bem se é titular ou não;
- O Maicon, que tem de ser vendido rapidamente enquanto está valorizado (porque, com o Danilo, entre laterais-direitos e centrais o Porto já vai em sete jogadores e o Maicon, sendo o pior dos sete, é o que joga mais a seguir ao Rolando);
- O Fernando, a quem disseram que se fosse ver o jogo para o meio dos pobrezinhos e desse muitas entrevistas a dizer que ficava até ser velhinho era a melhor maneira de ser transferido;
- O Moutinho, que anda mortinho;
- O Hulk, que, apesar de ser o único jogador no mundo que não liga ao dinheiro, segundo o Pinto da Costa, tem um ordenado de 500 mil euros por mês à espera «algures na Arábia Saudita», e um ordenado de 6 milhões de euros por ano não é um ordenado, é «uma cabeça de pescada muita grande», como dizia o Solnado e o meu vizinho de quando eu era pequenino.
E estou só a falar dos titulares. Entre os que só vão aos treinos podemos acrescentar o Guarín, o Fucile, o Sapunaru, o Souza, o Cebola, o Belluschi.
O Sporting, por seu lado, tem o Carriço e tem o João Pereira, sendo que, ao contrário do Palito, do Fernando, do Moutinho ou do Hulk, a perspectiva do Carriço e do Pereira é, como o Falcão, de passarem de cavalo para um burro com um saco de moedas na boca.
Não quero dizer com isto que os jogadores vão tirar o pé – até pode ser o contrário, sentirem que se não mostrarem agora o que valem vão ficar mais seis meses à espera.
O que eu questiono é quantos é que ainda estão cá. Estamos num confronto entre uma equipa que fechou um ciclo entre o Verão e o Natal (o Porto, ganhando tudo e entrando em ruptura) e que tenta, no meio de um turbilhão de dinheiro, manter a embalagem e demonstrar que ainda é a melhor; e uma equipa em plena ascensão, com tudo a ganhar, e no papel daqueles corredores de oitocentos metros que, à entrada da segunda volta, vão em terceiro, se sentem fresquinhos e vêm os dois da frente a curta distância.O Porto, que ainda tem a melhor equipa portuguesa, na minha opinião, está a correr contra si próprio. O Sporting está a correr com uma presa à vista.
Os extras
Não acredito que o Domingos ponha o Izmailov ou o Jeffren de início. Acho que é mais provável que entrem o Carrillo e o Capel de início e que os outros dois entrem ao intervalo ou na segunda parte, e que façam estragos. Devem estar os dois doidinhos. O Matias Fernandez a mesma coisa.
Não me admirava que o Sporting acabasse o jogo com uma equipa melhor do que aquela com que o vai começar.
E também me parece que o TOC (coitado do homem, é autenticamente esculhambado neste blog de segunda categoria…) vai sentir a necessidade, outra vez, de provar que é um grande treinador com uma surpresa. Assim de primeira não me espantaria por aí além que o Cebola ou o Iturbe aparecessem mais cedo do que seria de esperar. De início, não sei. Talvez o Cebola em vez do Djalma.
Os nervos
Tenho cem por cento de certeza que o Porto vai estar mais nervoso que o Sporting. Todos os jogadores em campo sabem quem é que precisa mais de ganhar no jogo de amanhã. No fim das contas, o Sporting dificilmente vai passar do terceiro lugar, o Porto pode passar para segundo no campeonato pela primeira vez em quase ano e meio, e o resto é conversa para enganar tolos.
O último jogo de verdadeira pressão que o Sporting teve neste campeonato foi com o Benfica, na Luz. Convenceu-se que não vai ser campeão (basta ler nas entrelinhas do Domingos) e sente-se optimamente assim.
Já o Porto não estava assim tão pressionado no campeonato há dois anos, desde que foi à Luz a cinco pontos de distância e a precisar de ganhar – quando ficou a oito pontos, lembra-se?
Atenção aos jogadores de pavio curto no Porto – o Hulk, por exemplo, que deve andar com a cabeça bem cheinha.
Dito tudo isto, o Porto continua a ter melhor equipa que o Sporting, e sabe o que fazer para ganhar em Alvalade. Só não acredito que o consiga fazer. Continuo a pensar que o Porto vai perder o primeiro e, provavelmente, o único jogo neste campeonato.
Surpreende-me, finalmente, a facilidade com que o Domingos se safou na última conferência de imprensa. Até parece que não vai jogar, pela primeira vez na sua carreira de treinador, um clássico contra o Porto, o clube que foi formado para treinar e que acabará por treinar daqui a uns anos. Mas ter boa imprensa, em Portugal, vale quase tanto como saber o que se faz.
Ainda em relação ao Paixão…
Só um atrasado mental é que pensa que o Benfica corrompe o Bruno Paixão para ganhar um jogo da Taça da Liga. É uma prova encarada como um treino; até perdendo o Benfica continuava a ter hipóteses de passar e, mesmo assim, ninguém quer saber; não houve qualquer intenção de poupar jogadores (uma vez que jogaram todos os titulares) e, logo, não fazia sentido comprar o árbitro para facilitar, ao contrário do que aconteceu com o Porto-Beira-Mar do Apito Dourado, que foi disputado quatro dias antes de um jogo decisivo da Champions e em que o Mourinho jogou com a segunda equipa.
O único serviço que o Paixão prestou foi ao Porto, por permitir que, de coisa nenhuma, se fizesse um fantasma para os portistas como o diligente Rui Moreira andarem a espantar à procura de um penaltizito que possa aparecer contra o Benfica.
Aliás, estou praticamente convicto de que o Bruno Paixão é demasiado vaidoso para ser corrompido. Do que ele gosta é de dar nas vistas, e, dada a sua fraca qualidade como árbitro, só pode continuar a dar nas vistas se os grandes clubes e quem nomeia os árbitros pensarem que ninguém o consegue comprar. Só sendo incorruptível, por mera estupidez, é que o Paixão continua a ser árbitro de futebol.
Esse Rui Moreira é cá um cabrão! Destila ódio pelo Benfica por tudo o que é lado! Pior do que esse, agora ( e sem contar com os vendidos da XIC...) só mesmo o Saraiva no Record: (Inicío de citação) "Pinto da Costa guindou o seu FC Porto a um plano nunca visto, pelo que o Prémio Carreira que agora lhe foi entregue no Dubai é justíssimo (...) há que lhe tirar o chapéu... e procurar esquecer o resto." (Fim de citação).
ResponderEliminarEspectacular, que maravilha, que deleite ler suas divinais e sinceras palavras- O CRIME COMPENSA NESTE PAÍS. Como diz o B Fachada: "Portugal está para acabar é deixar o cabrão o morrer"
FORÇA BENFICA!!!
Nada disso. Sai o varela e o Walter, pelo menos um de Sapunaru e Fucile. Hulk deve bater o record mas no Verão, e não duvido que já esteja "fechado".
ResponderEliminarGuarin se a Juve subir a parada, e o Cebola se se arranjasse quem o levasse. Álvaro pereira na calha se o Abramovich abrir o livro de cheques. E é tudo. Por agora
Ah e se o Iturbe fosse titular, podia surpreender muita gente... fala quem sabe
ResponderEliminarGostava de saber para que é que o Chelsea quer o Alvaro Pereira?
ResponderEliminarE já agora o Fucile no Chelsea ou Liverpool?
Porque? Para que? Os ingleses são todos parvos?
Jogo importantíssimo para o Benfica, se o Porto ganha em Alvalade as coisas complicam-se... Infelizmente é o que me parece que vai acontecer, 1-0 para os tripeiros.
ResponderEliminarO Rui Moreira acha que o Maxi cometeu penalty sobre o Toscano. Se ter a certeza que é falta já me parece difícil, afirmar que o lance aconteceu na grande área é pura fantasia. Nem sei como a Bola imprimiu uma coisa dessas.
Ó pá, o Moreira não pensa nada, o que o Moreira pensa é que está aqui uma oportunidade para pressionar os árbitros que têm cabeça de passarinho e de marcar pontos no eterno jogo do deve-e-haver.
ResponderEliminarO único penálti que eu vi, de que me lembre, foi aquele em que o Nolito é rasteirado. O resto é tanga. É o mesmo papel que faz o Gomes da Silva, ou lá como se chama, quando vai para a SIC inventar favorecimentos a favor do Porto.
Chama-se a isto «poder discursivo». Não foi descoberto pelo Rui Moreira nem pelo Gomes da Silva. É a capacidade de algumas pessoas, pela posição que ocupam nos media, influenciarem o que se discute e criarem factos onde eles não existem.
Ou vocês pensam que os Moreiras não sabem o poder que lhes põem nas mãos?
Em Portugal temos um exemplo perfeito de como o poder discursivo, a longo prazo influencia, subverte e acaba por criar a realidade: Jorge Nuno Pinto da Costa.
Só há uma vacina contra os efeitos perversos do poder discursivo: cabecinha.
E o Iturbe, afinal, nem convocado foi...
ResponderEliminarContinuo a desconfiar muito destas contratações para o futuro, seja no Port, no Benfica ou em qualquer clube grande. Um jogador «de futuro» que não joga «agora» não tem futuro. Quer dizer, futuro tem, mas não é o que dizem que tem.
O comentário do Hugo das 08:49 diz tudo. O problema é a falta de cabecinha de árbitros, jornalistas, adeptos, etc.
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