Grande jogada psicológica do Professor Pardal, a mostrar
muito respeito por uma equipa com um orçamento dez vezes inferior ao da sua e
com mais vinte pontos no campeonato. Uma jogada à sua altura. Uma jogada que resultou em
pleno: com a vitória da equipa mais mentalmente forte sobre a equipa
mentalmente inferior. A dele.
Não quero ser (muito) faccioso, mas se algum treinador do
Benfica, mesmo no último lugar, tivesse a ousadia de dizer que o Paços de
Ferreira era favorito, independentemente das manobras psicológicas envolvidas,
em qualquer circunstância, contra o Benfica, não era com o resultado do jogo
que teria de se preocupar.
O Sporting que continue a apostar no «Professor». Vai
ensinar muitas coisas positivas àquela miudagem. Sobretudo a pensar em grande.
Este é o tipo de coisas que o Jesus não diria nem com uma
arma encostada à cabeça.
*
Hoje vi uns cinco jogos de futebol enquanto ia tratando de
burocracias. Nesses cinco jogos vi dezenas – atenção, eu disse dezenas – de
jogadas em que os jogadores se agarram mutuamente, se embrulham e caem. Em
cerca de metade o árbitro marcou falta, na outra deixou seguir. Mas no
Benfica-Sporting é suposto aquela jogada ser penálti indiscutível. Porquê?
Porque o Benfica está a ganhar o campeonato ao Porto. É esse o único critério,
certo?
Nesses cinco jogos também vi os árbitro, na maior parte das
vezes, a marcarem falta ao atacante quando este põe a perna entre o defesa que
vem ao corte e a bola. Mas quando o Volkswagen sai da sua linha para meter a
perna esquerda à frente do Garay, que já vem lançado, estamos a assistir,
segundo o Bernardo Ribeiro, do Record, um lagarto doente (sei-o eu, e não é
porque ninguém me disse), a «um roubo».
À noite, na Mata Real, vi o Capel a fazer o que faz sempre –
sempre; repito, sempre! – que não consegue controlar a bola em jogadas de um
contra um: a atirar-se para o chão, e sempre que pode indo contra as pernas do
adversário, para poder simular melhor a falta. Se os árbitros não metessem o
livro de leis no bolso, em todos os jogos do Sporting, o Capel não acabava um
jogo. Mas, na Luz, aquele choque provocado pelo Capel não só era penálti como
tinha de dar expulsão do Maxi Pereira. Porquê? Porque a equipa que ganhou vinte
campeonatos em trinta anos conseguiu convencer os idiotas da bola de que o
sistema é controlado pela equipa que ganhou três nos últimos vinte. Cada país
tem a inteligência que merece, e depois não me venham dizer que a culpa é da
troika.
*
Estava a ver o trailer
do Benfica-Estoril, na Sport TV, e veio-me esta ideia à cabeça: o
Benfica-Moreirense pode ser o último jogo que a Sport TV emite do Estádio da
Luz. Se fosse o jogo do título seria (como dizer) uma fina ironia…
*
Estava a ver o Guimarães-Gil e dei comigo a pensar na contagem
de espingardas na luta pelo sistema.
A contratação do Ricardo e do Tiago qualquer coisa pelo
Porto, por 2 milhões de euros, é muito mais relevante do que o mero negócio
indica. É um canto de sereia do Porto para a nova Direcção do Guimarães. (O
Porto continua a fazer vida de rico. Dar 2 milhões de euros por dois jogadores
que não valem nem metade disso para os emprestar dá excelentes indicações de
gestão para o futuro. Era isto que o Angelino Ferreira queria dizer com downsizing? Se é uma palavra
estrangeira, tem razão, com certeza.)
Pelo que se lê nas entrelinhas, as coisas parecem bem encaminhadas
para o Sporting se aliar ao Benfica. Está a ser feito devagarinho, porque os
Juve Leos e a brigada do reumático do Sporting continuam convencidos de que o
Pinto da Costa é que é bom (vê-se, pela quantidade de segundos lugares que o
Sporting acumulou naquilo que o Bettencourt classificou como «segundo melhor
período na história do clube»).
O Pinto da Costa está a precaver-se, tentando unir os
pequenos sem seu redor.
Neste momento, considerando a próxima época, na I Liga, os
exércitos estariam assim definidos, sensivelmente:
Exército Vermelho – Benfica e Marítimo.
Neutrais mas avermelhados – Paços de Ferreira, Estoril.
Em aproximação ao Exército Vermelho – Sporting.
Exército Azul – Porto, Braga, Rio Ave, Académica, Setúbal,
Olhanense, Belenenses (não se esqueçam de quem é o novo dono do Belenenses, o
Rui Pedro Soares da falcatrua do Taguspark, que é dragão de ouro e, na minha
opinião, entrou no Belenenses como testa-de-ferro).
Neutrais mas azulados – Beira-Mar.
Em aproximação ao Exército Azul – Nacional, Guimarães
A política de contratações
virtuais, como eu gosto de lhes chamar (do tipo Luisinho, Michel, Fabiano,
Ricardo, Tiago não-sei-quê), e de empréstimos, pode ajudar a definir alguns
indecisos, mas o núcleo dos pequenos está, sem dúvidas, com o Porto. É algo,
aliás, que se vê nas declarações dos dirigentes e treinadores quase todas as
semanas. Quando aparece alguém como o tipo do Marítimo a dizer o que disse até
se torna notícia.
Falta o Gil. Neutral avermelhado.
ResponderEliminarO Nacional neutro azulado????? Meu caro o Nacional é o o porto c ( porto b é o Braga)
ResponderEliminarNunca ouviu aquela escuta onde o actual presidente do Nacinal pede "ajuda" a um gajo do fcp, pra lixar o Benfica????
http://www.youtube.com/watch?v=Cr1al8lq9R4
Eliminarsaibamos distinguir os adeptos do clube.
será o tal grito do ipiranga??
quanto ao nacional, era difícil ser mais azul - adriano, paulo assunção, lixar o benfica, etc, etc.
ResponderEliminarquanto ao guimarães, já há muito que o júlio alves mostrou ao que vinha
quanto ao rio ave, acho que é um fiel da balança, não se compromete, pois tem boas relações com os dois, um pouco à semelhança do fiúza do gil vicente.
o problema é que na segunda liga está tudo minado e dificilmente se pode fazer alguma coisa de significativo na liga.
tenho alguma expectativa quanto ao gajo do belenenses, pois acho que ele anda mesmo ali é pelo carcanhol e seria uma equipa interessante para onde colocar os melhores do Benfica B - Rosa, Cancelo, Pimenta, etc.
não concordo com essa do julio alves. o que fez ele para se dizer que está próximo dos corruptos?! vendeu 2 jogadores por 2 milhões e já é aliado? pudera, aquilo está na falência, é um negócio da china...
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