segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Um domingo excepcional

Começou com um golo do outro mundo do Nani e com o Unáite a espetar 3 secos ao Chélsia ao intervalo. Depois do intervalo o Rúnei marcou o pior penálti da sua vida e o Fernando Torres falhou um golo a três metros da baliza e sem guarda-redes. Grande joga. Mas um Chélsia em que o Raul Meireles tira o lugar ao Franque Lampard é um Chélsia sem hipóteses de ganhar mais nada enquanto não mudar de vida. O Unáite foi o Nani e mais dez.
Encontrei a primeira diferença entre o Mourinho e o Villas-Boas: o Chélsia do Mourinho jogava como o Chélsia do Mourinho; o Chélsia do Villas-Boas joga como o Porto do Villas-Boas.
Ao intervalo, o Férgusan e o Villas-Boas vinham a conversar. O André parecia um netinho a queixar-se da sorte ao avô. O avô ria-se do miúdo.

O Atlético, o meu outro clube, isola-se à frente da II Liga no dia de aniversário. O Atlético, perceba-se, não joga nada. Surreal. Já só lhe faltam vinte pontos para a manutenção dos trinta que faltavam há quatro jornadas.

Não vi o jogo do Porto, e é sempre difícil dizer que uma equipa da dimensão do Porto perde (ou empata, o que é igual) com um Feirense porque não joga um jogador ou dois – bastava uma daquelas carambolas ter entrado e falava-se agora de uma gestão perfeita… - mas vejo com alguma satisfação que se questione a gestão do Hulk e da sua lesão, sobretudo depois de ter feito um jogo e meio em menos de 24 horas, sendo o meio apenas pela selecção do Brasil.
Eu não acredito numa Givanildo-dependência (Vaginildodependência? Vaginodependência?) da equipa do Porto, porque, de facto, o estilo de jogo é demasiado colectivo para depender tanto de um jogador, mas há quem acredite, e a aparência da verdade, por vezes, é mais importante do que a verdade em si. A instabilidade não decorre sempre de razões verdadeiras. Às vezes a sugestão chega, sobretudo quando se gera desconfiança, quando os resultados não aparecem, quando não se ganha ao Benfica em casa…

Deixo a minha leitura deste empate para amanhã – até porque gostava de ainda poder ver pelo menos um resumo do jogo – mas é curioso que o Porto empate a zero com o Feirense, num estádio neutro, no dia em que o Falcão marca três golos pelo Atlético de Madrid.

O Real Madrid perdeu com o Levante por 1-0, um dia depois do Barça ter espetado 8 ao Osasuna, e já está atrás outra vez. As coisas são tão equilibradas e tão desproporcionadas entre eles e os outros que esta derrota pode ser o suficiente para perder o campeonato. Um empate com o Levante, é contornável. Uma derrota, é complicado. O único jogo que o Real poderia perder para ser campeão, no estado actual de coisas em Espanha, seria com o Barça em Camp Nou.

O Benfica ganha 4-1 à Académica com o Jesus a rodar a equipa praticamente toda do meio-campo para a frente – até tirou o Javi, o que eu não esperava. Fez o que tinha a fazer e o Benfica ganhou a um adversário forte, que joga bem e que só não voltou a lixar-lhe o campeonato porque, tendo a sorte de fazer o golo do empate na melhor altura, teve o azar de sofrer o golo decisivo na altura ainda melhor que a melhor altura: na jogada a seguir.


Os benfiquistas não sabem como aquilo aconteceu, não compreendem a sorte que tiveram contra um adversário que parecia encomendado para deitar vinagre na sopa, mas eu explico.

O mérito é meu, porque levei o meu filhote à bola pela primeira vez. O 2-1 aconteceu precisamente no momento em que eu o estava a levar a casa-de-banho. Estávamos lá dentro quando foi golo. Sem aquela ida à casa-de-banho teria sido uma noite desastrosa.
Quem quiser acreditar em coincidências que acredite. Eu (que não sou supersticioso), acredito em sinais. Ontem, dia em que levei o meu miúdo a ver o Benfica e fui recompensado pela audácia, começou uma nova era no futebol mundial.

Hoje começa a faculdade. Juntando ao trabalho, aos filhos e ao tempo para dormir, comer e passar no trânsito, já não vou ter mais tempo para testamentos. Mas espero conseguir continuar a postar todos os dias, nuns mais do que noutros.

 Ficam as palavras mágicas: «Papá, quero ir fazer chichi.»

2 comentários:

  1. Hugo,

    O pior agora é se é necessário lá voltar todos os 15 dias, para confirmar a mudança :). Eu não sei se teria coragem para faltar, porque se a coisa corre mal, na ausência, não vão faltar dedos acusadores :):).

    Os posts regulares não podem parar. Não se pode desperdiçar a fidelidade da audiência.

    Abraço.

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  2. Nesse caso teria de fazer uma Operação Bexiga. Ou duas. Uma para os bilhetes outra para o ice tea, não fosse o miúdo ficar sequinho na hora da verdade.

    Olha, golo do Guimarães. Porreiro, pá!

    Abraço

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